São Domingos distinguiu-se pelo seu interesse no estudo da Sagrada Escritura e pela sua paixão pela verdade, a tal ponto que a palavra Veritas constitui um dos lemas mais significativos da Ordem. Mas São Domingos distinguiu-se igualmente pelo seu amor aos pobres e pela sua compaixão pelos pecadores. A provar a sua acção caritativa, basta recordar o memorável episódio, em que, por ocasião de uma grande fome, São Domingos não hesitou em vender os seus livros – que na época constituíam um bem de grande valor patrimonial – para socorrer os famintos da região afectada.
Entretanto, São Domingos rodeou-se de alguns companheiros e começou a engendrar a fundação, no seio da Igreja, de uma nova ordem religiosa. Assim, na Primavera de 1215, o Bispo Foulques de Toulouse estabeleceu-os como uma fraternidade de pregadores na sua diocese. O passo seguinte seria obter a confirmação papal da fundação. A oportunidade surgiu quando o Bispo Foulques partiu para Roma, em 1215, tendo Domingos como companheiro, para tomar parte no IV Concílio de Latrão.
Em Roma, o Papa Inocêncio III mostrou-se muito receptivo em relação ao ideal de Domingos e seus companheiros. Na Primavera de 1216, Domingos, tendo adoptado a Regra de Stº Agostinho e composto os respectivos estatutos, viu o seu projecto ser bem acolhido pelo Papa. Contudo, a aprovação formal da Ordem – inicialmente como uma corporação de Cónegos Regrantes - chegaria apenas no fim desse ano, no dia 22 de Dezembro de 1216, pela mão de Honório III (Inocêncio III havia entretanto falecido, em Julho). Uma segunda bula, publicada no dia 21 de Janeiro de 1217, reconhecia a novidade das ideias de Domingos e aprovava a sua fundação como “uma Ordem que teria o nome e seria uma Ordem de Pregadores”.
Quando Domingos faleceu, na Festa da Transfiguração do Senhor, em 6 de Agosto de 1221, em Bolonha – cidade que o declarou seu padroeiro -, a sua obra já tinha alcançado grande sucesso. A Ordem dos Pregadores, com o apoio da Santa Sé, difundiu-se em muitas cidades da Europa, particularmente cidades universitárias, em atenção ao carisma especial da Ordem.
Domingos foi canonizado, no dia 3 de Julho de 1234, pelo Papa Gregório IX, que o comparou, então, aos Apóstolos e a outros fundadores eminentes, como Bento de Núrsia e Francisco de Assis. A chama que nele ardia nunca mais se extinguiu. E, de facto, no ano 2016, a Ordem festejou o Jubileu dos 800 anos!