Efectivamente, os dominicanos, movidos pelo zelo evangélico e espírito de itinerância legado por São Domingos, irão destacar-se como importantes evangelizadores um pouco por todo o mundo novo que os navegadores portugueses irão dar a conhecer. Assim, em 1503, partem para a Índia portuguesa os primeiros pregadores; em 1552, partem para Timor e Celebes; e, em 1569, chegam os primeiros missionários dominicanos à África Oriental. A excepção foi o Brasil, onde os dominicanos não tiveram presença senão muito mais tarde, no séc. XIX, através dos dominicanos franceses da Província de Toulouse.
Entretanto, a Ordem ia-se expandindo em Portugal, com a fundação de numerosas casas e conventos espalhados um pouco por todo o país. Mas, naturalmente, a Ordem também acompanhou as tribulações da vida da história nacional. Foi assim que, em 1834, no seguimento das Guerras Liberais (1832-34), entre liberais e absolutistas, que os primeiros levaram de vencida, foi proclamada a extinção das ordens religiosas em Portugal. Em consequência desta decisão, os 24 conventos dominicanos da Província de Portugal que existiam na época foram forçosamente encerrados.
Apenas em finais do séc. XIX é que a restauração da Ordem em Portugal se começa novamente a desenhar no horizonte, destacando-se, em 1894, a profissão na Ordem do primeiro frade dominicano português para a restauração da Província Portuguesa: Frei Domingos Maria (Manuel) Frutuoso, que virá mais tarde a ser nomeado Bispo de Portalegre.
Contudo, o paulatino regresso das ordens religiosas ao nosso país será novamente interrompido, de modo brusco, com a revolução republicana de 5 de Outubro de 1910. O anticlericalismo das forças revolucionários determinou a expulsão das ordens religiosas. No caso dos dominicanos portugueses, perde-se a Casa de Viana e Frei Domingos Frutuoso é obrigado a exilar-se, regressando ao país apenas no ano de 1913.
Até ao ano de 1962, é de sublinhar a fundação da Escola Apostólica, no Luso, com o auxílio da Província de Toulouse (1927), que dará lugar, mais tarde, à Escola Apostólica em Aldeia Nova, em Ourém (1943); a abertura da Casa de São José, em Coimbra (1931); as obras sociais de Frei Gil Alferes (sobretudo a partir de 1932); a abertura do Colégio ‘Clenardo’, em Lisboa (1947); e a fundação do Convento de Noviciado, primeiro em Sintra (1949), e, mais tarde, em Fátima (1952).
No dia 11 de Março de 1962, é solenemente restaurada a Província Portuguesa, tendo o Frei Louis Marie Sylvain sido eleito Prior Provincial, o que atesta a ligação profunda, ao tempo, entre a Província do Canadá e a recém-restaurada Província de Portugal. A Província do Canadá ajudou muito a Província Portuguesa.
Em 1982, destaca-se a fundação duma Comunidade Dominicana no Waku Kungo, em Angola, primeira semente do futuro Vicariato de Angola, ainda hoje ligado à Província.
No ano de 2016, destacaram-se, na Província, as celebrações do Jubileu dos 800 anos da Ordem, com a realização de diversas jornadas sobre a história da Província, exposições, lançamento de livros e celebrações litúrgicas.